sábado, janeiro 06, 2007

Trabalho!

Em tempos, sob o slogan “deixem-nos trabalhar” um primeiro fazia uma boa afirmação, mas enganava-se no destinatário. É essencialmente o Estado que tem que deixar trabalhar, os indivíduos, as empresas, sem se intrometer, sem se apropriar do seu esforço.

Trabalhar, palavra tantas vezes utilizada, deve significar e dignificar a forma de ser e de estar, reflectir a vontade de fazer mais e melhor pelos destinatários do produto da nossa dedicação. Só assim se interioriza em cada um de nós o respeito pelos outros e por si próprio, na contínua e inacabada procura do conhecimento como forma de evolução.

Muitas vezes tal não acontece, mesmo entre aqueles cuja profissão deve reflectir nobre vocação, sejam eles professores, médicos, políticos ou outros, pelo impacto que podem ter na vida das pessoas e das sociedades onde se inserem. Sob a capa da vocação muitos, que dela desistiram, agarram-se a todas as formas de protecção do seu pequeno “cantinho de poder”, quase sempre contra aqueles pelos quais dizem viver.

Quando entre professores milhares não se preocupam se têm ou vão continuar a ter horário (leia-se alunos), quando outros, tendo-o, se revoltam sempre que se, querendo introduzir algo a favor dos alunos, lhes toca nos seus direitos “inalienáveis”. Quando médicos se “atiram ao ar” porque podem perder alguns dos benefícios obtidos. Quando entre políticos dificilmente se encontra alguém digno e merecedor do poder que lhe é delegado. Quando…

Mas apesar de tudo, e felizmente, são ainda muitos os “fazedores de sonhos”, os que têm orgulho pela forma como vivem a vida, pela forma como ganham dinheiro, porque este é fruto do seu justo trabalho.

Sem comentários: