quarta-feira, janeiro 10, 2007

Não entendo

como é que é possível defender a intervenção do Estado na Economia perante notícias destas, com que todos os dias somos brindados:

“Ex-administrador sai da CP, depois de passar seis anos sem fazer "rigorosamente nada" (retirava as aspas, mas é assim que está na notícia, no Público), a ganhar 3.500 euros líquidos por mês…enquanto director de topo, representava para a CP um encargo salarial de cerca de 100 mil euros por ano, mais telemóvel e automóvel, tendo também direito a secretária mesmo sem ter funções atribuídas.”

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Este senhor está 6 anos (6, sim 6!) sem qualquer função, e nesses 6 anos (6, sim 6!), por três vezes (3, sim 3!) teve encontros “Em audiência (em audiência, notar bem!) com os três presidentes (3, sim 3!), no início dos seus mandatos”. Mas não vale entusiasmar, pois foi uma, não três, com cada um deles, não se corresse o risco de se cansarem, o senhor e os três presidentes (3, sim 3!).

Este senhor tem um blog, e este senhor já foi administrador da CP entre 1985 e 1990, e este senhor também já foi presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário (Adfer), e este senhor escreve no seu blogue que "Desde miúdo que possuo condições naturais de liderança" e este senhor referiu ao Público que "Foi da minha cabeça, com a colaboração de vários técnicos [que saíram as principais ideias que revolucionaram o caminho-de-ferro em Portugal]." Ou seja, este senhor é um génio e, como se pode verificar, não tem um pingo de vergonha na cara, pois este senhor não se importou de ser bem pago, com o dinheiro dos contribuintes, durante 6 anos. Facilmente, dada a sua genialidade, este senhor encontrava uma entidade patronal que o valorizasse, mas não deve ter tido vagar para a procurar.

Os senhores presidentes da CP, os três (3, sim 3!). que ao longo dos 6 anos tiveram este senhor “emprateleirado”, provavelmente junto com muitos outros senhores igualmente valiosos “for Make Benefit Glorious Nation of Portugal” deveriam (minha modesta opinião) estar presos e obrigados a pagar aos contribuintes portugueses todos os euros e cêntimos que os ditos cujos (os “emprateleirados”) nos custaram ao longo dos anos, mais o que eles próprios, os senhores presidentes da CP, os três (3, sim 3!), nos custaram.

“Confrontada a CP, a empresa não fez qualquer comentário”, o que só lhes fica bem, pois ele há coisas que só mesmo “sem comentários”.

2 comentários:

Tonibler disse...

Camarada Ricardo,


Esta até parece ser feita no norte...;)

Ricardo disse...

A "posta" foi feita no norte, camarada..., já a "bosta" foi feita centralmente, onde abunda e tende a alastrar...;)