domingo, junho 09, 2013

Portugal, e assim se vai "educando" uma nova geração

Diz o vitorcunha, no Blasfémias, que Num dia de greve temos que falar sobre isto:

"O Estado gasta, por aluno do 9º ano, em média, 4.932€ por ano para o manter na Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Visconde de Juromenha, classificada em 1285º de 1330 no ranking; pelo menos alguns destes alunos poderiam, ao abrigo do subsídio ao aluno – que já existe, uma vez que o aluno não paga estes 4.932€ – frequentar o Colégio dos Plátanos, classificado em 2º de 1330 no ranking, com anuidade de 2.700€, e ainda poupar ao contribuinte 2.232€ por aluno."


Ora, se nos dermos ao trabalho de fazer umas contas com dados recentemente publicados:

Rácio alunos/professores:
· 30 alunos por professor em 1961
· 15 alunos por professor em 1979
· 7 alunos por professor em 2009 (!!!)
Nº total de professores por nº total de alunos no básico:
· 55.000 professores p/ 1.062.500 alunos em 1973 (19,3 alunos por professor)
· 85.000 professores p/ 1.275.000 alunos em 2009 (15 alunos por professor; e a descer)
As pessoas simples poderiam fazer um raciocínio não muito complexo, e a título de exemplo:
· se turmas tiverem em média 20 alunos (mais ou menos o que acontece actualmente), então:
· 63.750 professores p/ 1.275.000 alunos, i.é., só no básico há 21.250 professores sem alunos!
Mas, se por bondade considerarmos por hipótese que é bom para a melhoria do ensino haver mais 10% de professores, p/ substituir professores doentes, aulas complementares, etc, então:
· 63.750 professores p/ 1.275.000 alunos (20 alunos por professor), a que adicionaríamos 6.375 professores (p/ apoio), o que daria um total de:
· 70.125 professores p/ 1.275.000 alunos, o que implicaria (nesta opção generosa) que só no básico haveria 14.875 professores sem alunos para ensinar e/ou para ajudar!
Todas as profissões são dignas quando realizadas com profissionalismo. A de Professor, para além de digna é uma das mais bonitas, pelo bem que pode provocar na vida de outrem, em especial na das crianças. Mas alguém explique porque é que estes professores que não têm alunos para ensinar (coisas da demografia!) têm que ser pagos pelos contribuintes. Se não têm alunos que justifiquem a sua existência, porque é que estes portugueses têm mais direitos que os portugueses (por ex.) que perdem os seus empregos porque as fábricas fecham. Se alguém explicar porque é que isto é justo...
As pessoas que não gostam de números e gráficos, porque dizem ser coisa de “economicistas” (seja lá o que isso signifique), e da macroeconomia e não da “vida real das pessoas”, defendem acerrimamente os direitos de muitas destas “classes”, porque a todos, independentemente de haver ou não clientes que justifique a sua existência, parece terem sido concedidos direitos especiais. Direitos esses que todos os contribuintes devem garantir,... pagando! Se alguém explicar porque é que isto é justo...