terça-feira, fevereiro 27, 2007

À procura da liberdade

Texto de António Costa Amaral publicado sexta-feira dia 23 de Fevereiro no suplemento Dia D do Público, do qual vale a pena "plagiar" partes e ler todo na "origem":

We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed, by their Creator, with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty, and the Pursuit of Happiness”. É a primeira frase do preâmbulo da Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, escrita em 1776.

O "direito à procura da liberdade" foi a feliz expressão cunhada por Thomas Jefferson para descrever o direito de todo o indivíduo de não ser forçosamente impedido de orientar a sua vida, de acordo com os seus próprios princípios, e pelos seus próprios meios, ou meios legitimamente adquiridos. É um excelente resumo do que é o liberalismo.

Se todos os indivíduos são diferentes entre si, e se o Estado os trata de forma igual, surgem e multiplicam-se as "desigualdades”. Para criar "igualdade", o Estado precisa que os indivíduos não sejam inteiramente livres, que os cidadãos não sejam inteiramente tratados por igual, e que o poder político possa intervir na vida das pessoas, tantas vezes quantas as necessárias para tentar materializar a prometida sociedade "justa”.

Hoje em dia, a parte mais importante da "felicidade" do cidadão é "garantida" pelo Estado. Do berço ao túmulo, o cidadão médio é arregimentado para entregar ao Estado metade da riqueza que produz: é obrigado a dedicar metade da sua vida do dia-a-dia à procura da "felicidade" do Estado Social. Que recebe em troca? A "garantia" de saúde, educação, segurança social, e alguns mais "direitos sociais", numa embalagem de tamanho único, mas sobretudo irrecusável. E nenhuma liberdade para aplicar os seus impostos– melhor dito, o fruto do seu trabalho, melhor dito, a sua propriedade privada– naquilo que necessita, naquilo que acredita, naquilo que o distingue de mais uma peça na engrenagem estatal.

Impõe-se recolocar o direito à "procura da felicidade" no centro das políticas públicas...importa regredir o megalómano e intrusivo Estado Social para um sistema politico-administrativo limitado nas suas funções, para que não possa atropelar o indivíduo em nome de ideologias fraudulentas.

para aprender com o Alberto

ou os madeirenses fugirem para o "contenente"

assim que mal pergunte, alguém perguntou ao "Governo" o que "ele" queria?

domingo, fevereiro 25, 2007

Este homem é do Norte!

O CAA, no Blasfémias, para além do bom gosto futebolístico, tem vindo a “falar bom português, assim à moda do Norte”:

“A direita portuguesa desdenha o «sabor a liberdade»; hoje, bem como ontem - e temo bem que amanhã -, a direita conservadora nacional não gosta de nenhum dos paladares da liberdade; julga-a um luxo ou um perigoso resvalamento para o afrouxamento dos valores seguros e reconhecidos nas suas rotinas existenciais."

"E depois, em Portugal, não há «direita liberal». Há, sim, meia-dúzia de bem intencionados, carregadinhos de wishful thinking, mais ou menos inconsequentes e desejosos que essa miragem se possa concretizar. Mas estão, inapelavelmente perdidos num imenso mar de conservadores imobilistas, proteccionistas e, para meu próprio espanto recente, de salazaristas mal camuflados…”

“E, falar de «...ousadia golpe de asa e irreverência...» a propósito de gente que já nasceu irremediavelmente velha, acomodada e que nem sonha em poder mudar, confesso, até me pareceria risível se não fosse trágico.”

Dragão imparável!



em Aveiro, ao simpático Beira-Mar.




PNAAEI! novo plano para a felicidade...


Plano Nacional de Acção para o Ano Europeu da Igualdade

“a instrução é europeia: a igualdade entre homens e mulheres deve ser transversal...” e, segundo o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, “tudo é avaliado sob o impacte de género”
(bonito o português, língua em uma parvoíce destas soa bem!)

Assim, poupando os pormenores, como noticiava o Público de 23fev, vamos ter o “camião TIR da igualdade recheado de material didáctico sobre as diversas discriminações” a “percorrer o país para falar de igualdade, com paragens de uma semana em várias localidades...”, assim tipo:
é pegar freguês, que está fresquinha, a igualdade para "todos" os géneros, é pegar freguês que é coisa boa, e quem paga é o contribuinte…

PNAAEI!!!...ou mais uma história do “género” do dinheirinho que não custa a ganhar…

A regionalização e o Alberto

Um "mero exercício mental" que vale a pena fazer.


Sempre que se fala em regionalização, os arautos do centralismo atiram com o fantasma do Alberto (João Jardim) e da “desgraça” que este é para a Madeira e, por analogia, seria para o país, caso tivéssemos sete em vez de um. Dizem como seria mau tê-los ao comando das regiões a governar este "pobre povo" que, como repetidamente lembram, é incompetente para exercer o direito (e responsabilidade) de escolher os seus líderes.

Ora, o AJJ é para o bem e para o mal (e só os Madeirenses o podem dizer com justiça) o resultado de um país centralista, não um exemplo de regionalização. O AJJ “faz obra” não com os impostos que cobra ao “seu povo” mas com o que “saca ao contenente”. E, honra lhe seja feita, percebeu desde cedo que perante um governo central que "tudo" controla a única maneira de conseguir os recursos financeiros que deseja para a sua região (e que não lhe deviam ter sido dados!) era pela chantagem e medo que conseguisse impor aos “cubanos” sedeados em Lisboa. E fê-lo magistralmente, pois todos (parece que -a ser verdade- tal vai acabar com este governo) lhe deram o que ele “exigiu”, uns pelos votos que temiam perder, outros por mera covardia. AJJ percebeu que o seu “povo” nunca o penalizaria, por mais diatribes que fizesse, se mostrasse capacidade de melhorar a vida das pessoas na Madeira, o que claramente conseguiu. E muito menos se o fizesse com dinheiro que não saia do bolso dos Madeirenses mas do bolso dos “cubanos” (do meu também!). Quanto ao AJJ, estamos conversados. Que lhes faça bom proveito, aos Madeirenses e Porto Santenses.

Se neste país, até hoje governado por um “Soba” em Lisboa, existissem regiões onde os seus eleitos fizessem “obra” com as receitas dos impostos cobrados regionalmente, função da riqueza aí produzida, o povo certamente seria mais interventivo na vida pública, exigente em relação aos políticos que elegia e em relação à forma como o seu dinheiro era gasto. E depois, fazer boas ou más escolhas é direito que assiste a todos nós, como a todos deveriam ser creditados os ganhos das boas e as perdas das más decisões.

Eu novamente votaria SIM, agora muito mais seguro que essa é a única forma deste país melhorar, que para pior já chega assim.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Qual José, qual carapuça!

Custa contrariar dois portistas deste calibre, este e este, mas eu cá estive no Dragão, junto com 50.215, não para ver porra nenhuma de José, Mourinho ou outro qualquer. Mas sim para ver o Futebol Clube do Porto! Concordo é com este e com a premonição...deste!

Quero lá saber da genialidade da representação. Quero lá saber se “salta do banco, cola-se à linha, gesticula, grita, pula…”…não foi para isso que lá fui, como nunca é, foi para ver o
Futebol Clube do Porto num “palco empolgante, o mais belo estádio do Mundo inundado pela chama azul e branca, uma catarata de emoções, um orgulho desmedido...”

Nisto do
Futebol (Clube do Porto) não existe espaço para essa coisa da racionalidade, isso é para assuntos menores como os da economia em geral e da vida em particular. Nisto do Futebol (Clube do Porto), gajo que é gajo, não vai ao Dragão para ver o José…ora porra!

Para espectáculo, triste, já nos chega ver o Fucile, o Postiga e o Adriano. Um gajo decente, perante esta infelicidade, não punha do outro lado o Ricardo Carvalho, o Terry, o Essien, o Robben, o Schevchenko e o Drogba. Isto era coisa para ser proibido por decreto!

E depois tem outra coisa! Se o Massimo Busacca fosse de boa cepa inventava um penalty, e repetia-o as vezes necessárias até compensar a injustiça de “ver um miúdo, que farto de falar sozinho, explodiu. Genial. Sublime. Cínico. Petr Cech, o gigante da baliza visitante, quase fracturou a coluna ao tentar acompanhar a viagem do couro com o olhar. Quaresma já sorria, pronto a correr, certo de que teria de assinar mais um quadro inebriante. O ferro matou-lhe a obra.”

Fui isso sim, como sempre, para os ver levar 3…secos”
Qual José, qual carapuça!

terça-feira, fevereiro 20, 2007

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

respondendo ao desafio

Nos tempos em que sonhava marcar golos vestido de azul e branco... último jogo do campeonato, lampiões 1 ponto à frente, no seu campo, último minuto do tempo extra... após um remate à trave do Dragão, um rápido contra-ataque nosso culmina com um centro tenso para o meio da área, onde eu recebo a bola no peito, pico por cima dos centrais, rodo sobre eles e, antes mesmo que 6.000.000 percebam o que se está a passar, rebento um petardo no ângulo superior direito… após o que o shôr árbitro, no mesmo milésimo de segundo em que meio país se cala, termina o jogo com o título entregue ao Dragão!!!

"Que bonito é, as bandeiras tremulando, a torcida delirando, vendo a rede balançar", grita "É Golo! Goooolo! Um «tiro» fulminante!

O mundo de pernas para o ar...


Hoje, entrevista Público/RR, diz o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Quadro da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, seu DG até 2004: "A partir do momento em que começou a construir melhor e a ser uma ameaça para os privados, começou a ser alvo de ataques"

A coisa, assim em Português à moda da minha terra, é mais ou menos assim: Existiam "pra cima de um milhão" de empresas privadas, que construíam em Lisboa. Com os impostos recebidos, fez-se uma empresa pública para lhes fazer concorrência...para fazer o mesmo, mas com o dinheiro delas. Confuso! Pois é!

Parece que, agora, existem suspeitas de corrupção a pairar sobre a empresa..., no entanto o Bastonário da Ordem dos Engenheiros acha que "a EPUL está a ser utilizada como arma de arremesso político", o que sempre é de alguma utilidade...

Porquê tanto ódio ao liberalismo?

Porque será que existe tanto ódio por uma corrente, o liberalismo, que proclama como objectivo do governo a preservação da liberdade individual.

Um corrente, definida por Fernando Pessoa como “a doutrina que mantém que o indivíduo tem o direito de pensar o que quiser, de exprimir o que pensa como quiser, e de pôr em prática o que pensa como quiser, desde que essa expressão ou essa prática não infrinja directamente a igual liberdade de qualquer outro indivíduo”.

Será mau defender que cada um tem o direito, e a responsabilidade, de tratar da sua vida e a dos seus, que cada um tem o direito de usufruir do fruto do seu trabalho da forma que considere mais adequada.

Será porque a maior parte das pessoas, usando como desculpa o bem comum, na verdade tem é medo de ficar por sua conta e risco?

Pergunto?

terça-feira, fevereiro 13, 2007

participação eleitoral

João Miranda, após um mau período, regressa em boa forma:

"Numa Democracia, a baixa participação eleitoral é um sinal de bom funcionamento das instituições. Logo à partida garante que nada de verdadeiramente importante está em causa nas eleições, que os cidadãos conseguem viver a sua vida sem precisarem da política para resolver os seus problemas.

Mais preocupantes são as democracias em que se tenta "corrigir" a baixa participação com mecanismos, como o voto obrigatório ou o voto electrónico à distância, que levam às urnas eleitores que se interessam tão pouco pela coisa pública que só votam porque é cómodo ou porque caso contrário seriam multados.

Estes eleitores são dispensáveis porque, não se interessando o suficiente por política, tenderão a aderir às facções mais superficiais e populistas."

está muito melhor, o Público!

O Público,versão papel está bem melhor. Muito melhor!

E, ao contrário da minha “dedução”, ontem, o seu melhor "comentador", Vasco Pulido Valente, lá estará entre Sexta e Domingo, na última página.

Assim, sim!
(nota: pena o P não ser azul...com listas brancas...)

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

melhor Público!

O Público,versão papel está bem melhor.

Não se compreende é que o seu melhor "comentador", Vasco Pulido Valente, tenha saído. Espero que, entretanto, volte à blogosfera, com "O Espectro". Ou, se não estiver para aí virado, diga, pois este e muitos outros blogs certamente darão espaço para as suas opiniões.

Tirando este (importante) aspecto, está bem melhor, lá isso está.

sábado, fevereiro 10, 2007

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

I dream of ...

Some men see things as they are and ask why. I dream of things that never were, and ask why not"
George Bernard Shaw

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

hoje, retrato de um país (sem) Norte


Hoje, "o Norte" rumou à Alfândega, onde decorria o "seminário dos milhões", promovido pela CCDR-N. Lá estava o "Norte todo” e, mais do que isso, lá estava "todo um país", o "velho" e o "novo", o "estatista" e o "empreendedor", o "calimero" e o "aventureiro".

Gente da universidade e das empresas para quem vem ai mais do mesmo, dinheiro a que pensam (e alguns sabem) conseguir "meter a mão", outros que, mais do que dinheiro, procuram lá encontrar uma réstia de "importância" auto-atribuída, num triste exercício de pobre existência, e muitos outros que continuam, dia a dia, a trabalhar para melhorar a sua vida e a vida dos seus, e cujo somatório vai fazendo deste Norte, e deste país, uma permanente esperança.
Muitos, uns cinicamente outros genuinamente, continuam a acreditar na força do voluntarismo, na ingénua ideia de que agora é que vai ser, agora que aprendemos com os erros do passado, agora que vamos definir "a estratégia" (sempre a ilusão estratégica, como se o Norte estivesse sem Norte e só a estratégia redentora o salvasse), agora é que vamos reformar, desburocratizar e descentralizar (esta foi piada, pois ninguém acredita) e, finalmente, é agora que vamos encontrar "o nosso querido líder", o que nos vai guiar para os amanhãs que cantam.

Quando é que chega o dia (já sei, nunca!) em que percebemos que a solução, se é que existe, está em libertar a economia, e as suas forças positivas, do espartilho do estado, e que nesse dia empresas, universidades, autarquias, etc, levarão a cabo os seus projectos em ambiente de liberdade concorrencial e aí, sem "estratégia" definida, o Norte ganha Norte.

Quando é que chega o dia (já sei, nunca!) em que percebemos que não é pela oferta voluntarista, muitas vezes ignorante e arrogante, que não é fazendo "auto-estradas no Douro que ninguém que lá vive pediu, destruindo o que é, por quem lá vive, amado", como muito bem disse Francisco Olazabal, Enólogo e Empresário, mas sim possibilitando o aparecimento de “modelos” suportados na procura, que o Norte ganha Norte.

Mas como nem tudo é mau, e se na parte da manhã o tédio imperava, no início da tarde valeu a pena a ida à Alfândega, mais não fosse para ouvir Mário Rui Silva (Faculdade de Economia da UP), Joaquim Azevedo (Presidente do Centro Regional do Porto da UCP), Marques dos Santos (Reitor da Universidade do Porto), Rui Reis (Universidade do Minho), Francisco Olazabal (Enólogo e Empresário) e Luís Portela (Presidente da BIAL, moderados por Artur Santos Silva (Presidente do Conselho de Administração do BPI) a falar no pomposo, mas útil, painel "Os Grandes Desafios para a Região do Norte".

Não foi por eles que o Norte ganhou Norte, mas sempre se viu algum do Norte com Norte.

"Realidades sociais"

via Alexandre Burmester, em "A Baixa do Porto" cheguei a este texto, que não consegui confirmar na fonte. Mas se não é verdade, podia perfeitamente e vale a pena ler e reflectir, se é que tem "reflexão" possível:

Entrevista ao Marcola o líder do PCC, chefe dos "gangs" brasileiros que puseram S. Paulo a ferro e fogo, dada ao Jornal O GLOBO a Arnaldo Jabor

---- "Você é do PCC?"
- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível... vocês nunca me olharam durante décadas... E antigamente era mole resolver o problema da miséria... O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias. A solução que nunca vinha... Que fizeram? Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verba para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a "beleza dos morros ao amanhecer", essas coisas... Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo... Nós somos o início tardio de vossa consciência social... Viu? Sou culto...Leio Dante na prisão...
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- Mas... A solução seria...
- Solução? Não há mais solução, cara... A própria ideia de "solução" já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento económico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma "tirania esclarecida", que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC...) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até Conference Calls entre presídios...) E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não Há solução.

- Vocês não têm medo de morrer?
- Você é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar... Mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba... Estamos no centro do Insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala... Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói"? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha...Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante... Mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país.Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas "com autorização da Justiça"? Pois é. É outra língua.Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, Internet, armas modernas.É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo.

- O que mudou nas periferias?
- Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório...Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no "microondas"... ha, ha...Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de agora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de violência.

- Mas o que devemos fazer?
- Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas... O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, "Sobre a guerra".Não há perspectiva de êxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gente já tem até foguete antitanques... Se bobear, vão rolar uns Stingers aí... Para acabar com a gente, só jogando bomba atómica nas favelas... Aliás, a gente acaba arranjando também "umazinha", daquelas bombas sujas mesmo... Já pensou? Ipanema radioactiva?

- Mas... não haveria solução?
- Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a "normalidade". Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco... na boa... na moral... Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós vivemos dele e vocês... não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem nem a extensão do problema.Como escreveu o divino Dante: "Lasciate ogni speranza voi che entrate!" - Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno."

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Estado (in)decente

Numa sociedade decente, o Estado CUSTA aos cidadãos uma % razoável do seu esforço, sob a forma de impostos. O contrato implícito entre cidadãos e Estado no pagamento desses impostos é o de que os primeiros (cidadãos) vão pagar ao segundo (Estado) para que este lhos devolva (aos cidadãos) sob a forma de serviços que sózinhos (os cidadãos) não conseguiriam garantir (ex. Segurança Pública, Justiça, etc). Está também implicíto nesse contrato que o Estado organiza a prestação desses serviços de forma espartana e eficiente (Valor X). Assim, TODOS devem pagar impostos, e fugir ao seu pagamento é altamente reprovável;

Numa sociedade indecente, como é e será cada vez mais a nossa, o Estado não cobra mas ROUBA os cidadãos, pois obriga-os a pagar muito mais do que seria razoável, não para lhes devolver o cobrado sob a forma de serviços, mas para se alimentar, para alimentar as “suas” megalomanias e para empregar cada vez mais pessoas, cujo benefício para os cidadãos que os estão a sustentar não justifica de forma alguma o que pagam. (Valor Y);

Quando o Estado cobra para além do Valor X, este excesso (um Valor Z = Y-X), a fuga aos impostos aumenta e são muito menos ladrão os que fogem (ganharam o dinheiro com o seu trabalho) do que aquele (Estado) que, sem razão e sem direito, lhos quer cobrar.

E é muito melhor empregue o dinheiro que fica com os cidadãos, pois parte é reinvestido e não deitado ao lixo em megalomanias como as OTA´s e os TGV´s, delírios que não só não trazem riqueza, como contribuem para o empobrecimento sistemático do país, hipotecam as gerações futuras e não servem para porra nenhuma.

sábado, fevereiro 03, 2007

Internet, fabulosa ferramenta

VPV na RTP, isto sim é serviço público:

  • mms://195.245.176.20//rtpfiles/videos/auto/portugalde/portugde_30012007.wmv

o meu obrigado ao Gabriel

nem ia voltar ao tema, mas

FC Porto: 12º melhor clube de sempre

"No ranking mundial dos melhores clubes de sempre, divulgado pela Federação Internacional de História e Estatística, o FC Porto surge na 12ª posição, numa lista comandada pelo Barcelona. Os portistas têm 122 pontos, a apenas quatro do décimo, o Ajax, de Amesterdão.

Há mais dois clubes portugueses, na lista de 109: o Benfica, no 37º posto, e o Boavista, no 108º." hoje, no Jogo on-line

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

paga um gajo tanto imposto

e não há uma alma que diga onde encontrar a entrevista ao VPV na RTP2, esta semana, em dia que já não me lembro...e ainda falam em serviço público!

este dispensa comentários

"Portanto, feitas as contas para cada litro de gasolina, a OPEP arrecada 26 cêntimos, o Estado fica com 81,8 cêntimos e, finalmente, todo o processo de transporte, refinação e distribuição de gasolina fica com 24,3 cêntimos.

Agora, se olharmos para 18 meses atrás verificamos que o Estado, em IVA e ISP, arrecadava 72,3 cêntimos, a OPEP 27 cêntimos e todo o processo de transporte, refinação e distribuição ficava com 24,2 cêntimos."

Norte não vai esquecer a regionalização

é bom que não esqueça mesmo, ou vai ter muito tempo para se arrepender.
"A falta de autonomia política das regiões é um dos entraves ao desenvolvimento económico que está a prejudicar, designadamente, o Norte de Portugal.", Presidente da CCDR-N

sempre a imitar ou outros

mas quando têm mesmo, mas mesmo, boas ideias, ninguém faz nada... e depois bem a conversa de que "estamos na cauda da europa", que "não se pode confiar nas políticas", que "blá, blá, blá", pois...


  • "Mara Carfagna, a jovem e bela deputada...apareceu nua na última página do jornal desportivo "AS". A deputada italiana ...", hoje no JN

logo agora

que 6.000.000 davam os primeiros passos...

chega a má da pantera e come o passarinho,



e depois, como é, quem brinca com o Dragão?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

"Educação à indiana"


no muito bom A Vida em Deli

"...os estudantes indianos são a “nata”. Não esbanjam fundos comunitários em semestres de intercâmbio Erasmus, para se embebedarem nas noitadas e se orgulharem de não terem posto os pés nas aulas. Aqui, quem não dá o máximo arrisca-se a ser substituído. Mais de 200.000 jovens candidatam-se anualmente ao Indian Institute of Managment de Bangalore. Apenas 250 são aceites. É o reino da competitividade pura, dura e, acima de tudo, justa. (...) Figuras como Zarkaria, Sen, Nooyi e Mittal não são fruto do acaso ou representantes de uma típica elite terceiro-mundista assimilada. Reflectem a emergência indiana por via da educação e simbolizam o sucesso de um sistema flexível, democrático e inovador que, apesar de todas as suas limitações, está a provocar profundos rombos no casco do velho galeão que é a educação na Europa."

por cá, discutimos as medidas dos cabides nas escolas...
vai ser lindo o futuro, vai!

País sem memória

Hoje, Nuno Grande no JN,

“Considerar António Oliveira Salazar entre as dez maiores personalidades portuguesas é uma evidente agressão à memória colectiva do nosso país. É esquecer que impôs uma sociedade inculta e sem perspectivas de progresso..."

O concurso vale o que vale, que é nada. Não nos representa, nem é representativo. Já a opinião sobre Salazar, essa convém ficar registada.

uma espécie de ministro...


Apesar de até concordar com o João Miranda e com o Paulo Gorjão, o que gostaria mesmo era de ter ouvido aquela espécie de ministro da economia a falar à JCD (com "empréstimo" de imagem):
  • "Senhores empresários, por favor, invistam em Portugal. Não há outro país como o nosso. Podem criar a empresa numa hora, mas depois, enquanto aguardam longos anos por dezenas de licenças, autorizações, certidões, permissões, registos, despachos e alvarás, terão a oportunidade única de conhecer detalhadamente o nosso país, as nossas praias e a nossa gastronomia. Garantimo-vos que, se e quando obtiverem as últimas licenças, as primeiras já caducaram, o que vos permitirá criar ligações de amizade perenes com os responsáveis de vários organismos públicos. Vão encontrar dezenas de entidades que não conversam umas com as outras a impor-vos transformações nos vossos projectos, todas elas contraditórias de tal modo que se divertirão imenso a tentar desatar os nós para descobrir uma solução que satisfaça a todas - é como um puzzle, um grande divertimento, em que nunca se sabe se é possível chegar ao fim. Em nenhum outro país encontrarão tantos responsáveis interessados no vosso projecto e com tanta vontade de contribuir para o seu sucesso. Vão afrontar os pequenos poderes de meia dúzia de institutos ambientais, de câmaras municipais em que uns vereadores irão contrariar as decisões do outros, sempre no intuito de vos ajudar. Também terão a colaboração das Juntas de Freguesia, organismos do Ministério da Economia, do Ministério do Trabalho, do Ministério das Finanças, do Instituto de Emprego e de mais mais dúzia de entidades reguladoras que vos darão bastante trabalho durante todo o tempo em que se mantiverem no nosso país. Vão também ter o prazer de encontrar as leis do trabalho mais rígidas da Europa, o que vos permitirá prescindir de uma gestão de recursos humanos moderna. Divertir-se-ão como no cinema com uma autoridade fiscal especializada no paga agora e discute depois, que vos pedirá para liquidar impostos que já pagaram e outros que nunca imaginariam pagar. Poderão surpreender os vossos amigos na China, deixando-os de olhos em bico, descrevendo-lhes as leis tributárias portuguesas, contando-lhes histórias de impostos que eles nunca ouviram falar, como o Imposto de Selo e vangloriarem-se dos métodos utilizados para ultrapassar a legislação mais inibidora do investimento e do desenvolvimento do mundo moderno. Os vossos conterrâneos vão ficar amarelos de inveja quando lhes contarem que em Portugal, não há preocupações com a justiça. Quaisquer problemas legais só serão resolvidos na próxima geração. E finalmente, em Portugal encontrarão os sindicatos mais retrógrados da Europa, que vos ajudarão a encerrar a empresa mais depressa minimizando-vos os prejuízos quando se quiserem ir embora para outro lado qualquer.
Bastaria dizer isto. Qualquer um entenderia que com este cenário, os nossos salários não poderiam ser grande coisa.”
(alguém sabe para que serve um Ministério da Economia?)

bom ser no Porto, pena não ser nos Aliados

o JN, hoje, está catita...

“Antes do Verão, a TMN vai abrir, no Porto, o mais ambicioso espaço comercial de telecomunicações do país. Uma Megastore da empresa vai nascer na Rotunda da Boavista, nas antigas instalações da TAP, um edifício de quatro andares, que, paralelamente à oferta de serviços e produtos da operadora, será palco de eventos culturais, musicais e de negócios.”

o exemplo de um homem



Hélder Pacheco, hoje no JN:


    • “Eis o exemplo de um homem em toda a sua dignidade tenaz, honrado, imaginativo. Um homem que representa o verdadeiro país. Um exemplo autêntico do que agora chamam empreendedorismo”.

tudo na boa...

Hoje, no JN, ficamos a saber que vai ser dado mais um passo, hoje no caminho da centralização, amanhã no da servidão...

“O Governo vai retirar a gestão da Empresa Metro do Porto aos autarcas da região. O JN apurou que o novo modelo de governação, que deve ser apresentado na próxima semana, prevê uma gestão profissionalizada e com controlo maioritário do Estado”

adorei a parte da “gestão profissionalizada”!

e eu, onde é que me inscrevo?

hoje, estou com o Gabriel:

«CLUBE DOS AMIGOS DE MANUEL PINHO - O ministro da Economia nunca nos desilude. Ele é de confiança. Quando Manuel Pinho intervém já sabemos que vai haver borrasca. E eu gosto desta previsibilidade. Dá-nos segurança. Lembra-nos que, nesta época de incertezas, há coisas que não mudam. Uma delas é a trajectória do Sol. Uma outra é o astro Pinho. Certinho como um relógio suíço.» por Paulo Gorjão

que mal pergunte

como? será que nos podia explicar?

...é que eu também queria duplicar,
assim a modos para começo de conversa!!!

Uns e os outros








Uns contratam esperanças, outros...ou a (triste) história de quem já foi grande, e Ninja...e anda agora no meio de passarinhos!!!