"as coisas são obviamente mais complicadas. São complicadas porque, simplesmente, não são diferentes. A Índia é, algumas particularidades óbvias à parte, um país como qualquer outro, com os problemas do costume que acompanham tanto o Zé no sofá como a sua mulher e também o Bill Gates. São problemas humanos, portanto universais.
A ideia até é gira: implica que nós no Ocidente vivemos um mundo cinzento, monótono, homogéneo e repetitivo. Implica que na Índia tudo é incerto, inseguro, diferente, colorido, espontâneo e circunstancial. Ora, para quem quer ter pão para comer e telhado para se abrigar das intempéries, que eu saiba, a primeira opção é sempre a mais desejável. Acham que a mulher que carrega tijolos nos ombros tem tempo para reparar no seu colorido sari que contrasta com o escuro betão da casa que a sua família constrói, a cinco Euros por dia, ...
Não interessa. Os contrastes. Esses sim, celebrados, embora eles nos ceguem. Mas não interessa. Ver em profundidade custa. Tempo, paciência, abertura, complexidades, profundidade. Tudo coisas a que poucos jornalistas portugueses se dedicam, especialmente quando integrados em comitivas presidenciais e quando empaturrados de caviar."
“mais do que o despotismo ou a anarquia, o que importa combater é a apatia”, Alexis de Tocqueville
domingo, janeiro 07, 2007
vale a pena ler, sobre a Índia
no A Vida em Deli, antes de "a troupe mediática lusa, integrando a comitiva presidencial, chegar a Nova Deli:
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