“mais do que o despotismo ou a anarquia, o que importa combater é a apatia”, Alexis de Tocqueville
domingo, janeiro 28, 2007
devia, pois devia
Jane Wagner
sábado, janeiro 27, 2007
um contributo para a igualdade de género
o Ex.mo Senhor “SEdaPdoCM, anunciou…que o Governo tem prevista uma verba de 76 milhões de euros para as políticas de promoção da igualdade de género…", 25jan no Público
sexta-feira, janeiro 26, 2007
tudo que podia dizer está dito
"Eu vou votar sim, mas admito que, exactamente com a mesma consciência do mesmo problema, haverá quem vote não"
"as pessoas pagariam a IVG, a não ser que não tivessem capacidade económica"
quinta-feira, janeiro 25, 2007
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Portugal no seu melhor
Empresas vão poder verificar baixas por doença, hoje no JN
"Empresas podem nomear médico se Previdência não der resposta...obrigando a empresa a pagar 40 euros de cada vez que solicita uma inspecção médica...É de 24 horas o prazo dado pela lei à Segurança Social para convocar o trabalhador em causa para uma avaliação médica. ...Depois de a Segurança Social indicar um médico, a avaliação tem que decorrer nas próximas 72 horas, ou seja, três dias. (já lá vão 4 dias e 40 euros + uns euritos para pagar ao médico que a empresa contratou)...24 horas para reclamar (já lá vão 5 dias + etc)... Se a decisão do médico desagradar quer ao trabalhador quer à empresa, é possível convocar uma junta médica, composta por um médico da Segurança Social, um representante do trabalhador e outro da empresa. (já lá vão 5 + etc + etc)...Depois de convocada, a junta médica tem oito dias para analisar o trabalhador e tomar uma decisão final sobre o seu estado de saúde..."
E lá vão 13 + alguns dias + etc + etc, a que acresce uma catrapada de euros pagos pela empresa, os gastos da Segurança Social (paga o contribuinte, não tem problema!) e ou o trabalhador continua doente/ficou bom entretanto ou, a meio do "processo", voltou ao "trabalho", deixa a coisa acalmar e um destes dias "pede" novo atestado ao médico amigo.
Dizem que é assim uma espécie de medida que "pretende atacar as baixas fraudulentas que todos os anos lesam o Estado em largas centenas de milhares de euros", dizem...
A Caminho da Servidão!
“é difícil imaginar como é que homens que renunciaram ao hábito de se governarem a si próprios podem ser capazes de escolher devidamente aqueles que devem governá-los, e não é possível acreditar que um governo liberal, enérgico e hábil consiga sair dos sufrágios de um povo de servos”, Alexis de Tocqueville, in Da Democracia na América
Sob a capa da unanimidade, vivemos tempos perigosos. Habituados a solicitar ao Estado, quando não a exigir”, a resolução dos nossos problemas, este foi entrando cada vez mais profundo na nossa vida. Iludidos pelas pseudo-vantagens dessa intromissão fomos esquecendo que ela contém em si um preço demasiado elevado a pagar, a liberdade! A liberdade enquanto conceito e a liberdade enquanto direito de decidirmos a nossa vida e, principalmente, a liberdade dos nossos filhos decidirem a deles. Sem o perceber, vamos reduzindo a nossa esfera económica e social, deixando a mesma ser invadida pela “ditadura” do Estado, facto que vem acontecendo sob a “asa protectora” da democracia.
Sempre que solicitamos ao Estado uma nova actuação na busca de uma solução, seja para a Saúde, para a Educação, para a Cultura, para a Economia, ou para qualquer outra área da sua (quase) infinita sede de intervenção, abdicamos de parte da nossa autonomia, de parte dos nossos rendimentos e, mais importante, de parte da nossa liberdade e de muitas das nossas oportunidades.
Não devíamos esquecer, e esquecemos quase sempre, que cada euro que o Estado gasta para suprir uma nossa necessidade, desejo ou ambição, é menos um euro disponível para nós próprios o fazermos. Não devíamos esquecer que o Estado é uma abstracção, mas uma abstracção bem real, pois impacta profundamente na nossa vida e fá-lo com o nosso dinheiro, sim o nosso, e com os poderes que explicita e implicitamente lhe fomos conferindo. A cada nova promessa vem atracada uma nova “subida provisória de impostos” para a cumprir. Do IVA a 17% até ao actual IVA a 21%, a subida foi sempre “provisória” e, é de temer, que realmente o seja, mas apenas porque um dia passará para 23%.
Sempre que as auto-estradas sem portagens, as OTA´s e os TGV´s da nossa desgraça nos são apresentados como soluções milagrosas para o nosso desenvolvimento, ou que nos é dado um novo “choque tecnológico”, é um bocadinho mais da nossa independência que está a ser alienada, porque projectos “sem custos para o utilizador ou para o contribuinte” são sempre pagos por nós, a pronto ou a prestações, hoje ou amanhã, mas pagos por nós. E a única certeza que podemos ter é que o seu resultado será sempre menor do que o apresentado e o seu custo (muito) maior do que o previsto.
Sempre que o “Estado” afirma redistribuir, pelo povo e pela promoção do “serviço público” (o que raramente se percebe o que significa) a favor dos oprimidos e contra os opressores, pelos mais bonitos e saudáveis motivos, devíamos também lembrar que quem “pede” cada vez mais (impostos) para redistribuir não está a criar riqueza, apenas a mantém ou (normalmente) a destrói. Se esse mesmo dinheiro se mantivesse nas mãos dos seus legítimos proprietários, aqueles que o ganharam, seria certamente investido no seu progresso e no dos seus (porque é essa a essência humana), pelo que o resultado seria mais legítimo e melhor, para cada um de nós e para o somatório que é o todo.
A história e as estórias podem ser nossas professoras quando nos dedicamos ao seu estudo. E estas “dizem-nos” que as novas “soluções”, entidades ou funções criadas pelo Estado conduzem normalmente não a soluções mas a novos problemas cujo combate implicará novas “soluções”, novas entidades e funções, numa insaciável espiral de… empobrecimento.
Hoje, nesta nova sociedade em que vivemos, dominada pelo sector terciário, urbana e de “massas”, como referido pelo Historiador Pacheco Pereira, a introdução da tecnologia nas rotinas do nosso dia-a-dia e cada vez mais na esfera mais intima e privada da nossa vida, torna os cidadãos cada vez mais expostos à intromissão dos outros e, mais grave, à crescente intromissão do Estado. Instrumentos glorificados pela simplificação da vida diária, como é exemplo recente o “cartão do cidadão”, documento único que substituirá vários documentos até agora separados e cuja informação era guardada em bases de dados não comunicantes, permitirão um dia (sob afirmação convicta de que não, que tal não acontecerá) o acesso a toda a informação sobre cada um dos cidadãos com um mero click.
“Big Brother is watching you”, que associamos candidamente a um livro, o famoso “1984” de George Orwell, é algo para o qual caminhamos alegres e quase que anestesiados.
Sob a ilusão da Democracia Directa, um ideal de democracia onde “todos os cidadãos podem a todo o momento decidir sobre todos os assuntos” combatemos o tempo e o recato que as decisões de poder exigem, e caminhamos para a Demagogia não para a Democracia, que segundo os Gregos eram irmãs gémeas nascidas no ambiente de Democracia Directa.
Consequência destes mecanismos convergentes, o princípio (que deveria ser sagrado!) da Propriedade Privada é paulatinamente devastado e o Estado, sob os mais diversos pretextos, vai em nome do “serviço e do bem público”, desrespeitando uma das bases fundadoras da Democracia e da Liberdade, e do Estado de Lei que as garante.
E assim vamos caminhando, até que um dia um qualquer governo, já sem como “pedir aumentos provisórios de impostos” e, julgando ter acesso à galinha dos “ovos de ouro”, decide, sob aplauso de um povo alienado, abrir a “bicha” e descobrimos então que já não existe ouro na sua barriga. Porque vivemos na ilusão de que ela existe e que o seu ouro é infinito. Já esteve mais longe esse dia!
E o “Caminho para a Servidão”, como Friedrich Hayek nos alertou, ficará cada vez mais próximo. in Litoral Magazine, Nov06
domingo, janeiro 21, 2007
a revelação
Finalmente explicado o "natal" dos lagartos e o "sucesso" dos lampiões:
"Nenatal, história,...começou...durante um..."derby"...6-3. Este homem é um deus!",
hoje, na Pública, "E se Deus fosse Neno?"
sábado, janeiro 20, 2007
Portugal: o futuro…
O modelo de desenvolvimento baseado na mão-de-obra barata e subsídios públicos está esgotado, mas resiste heroicamente pela sua sobrevivência.
A "solução" está em procurar novos caminhos e não em persistir na continuada, e já esgotada, análise do actual modelo de desenvolvimento, pois não é por muito nele se falar que o mesmo vai mudar.
E esses não são caminhos indecifráveis. Passam pela liberalização da economia, retirando-a das amarras e intervenção do estado, libertando de impostos quem cria riqueza. Só então será possível aliarmos a nossa força individual à crença de que é possível comandar o nosso destino. Só então será possível mudar. Até lá continuarão as ilusões alicerçadas em bonitos desígnios nacionais, as OTA´s e TGV´s, “projectos estruturantes” da nossa desgraça.
Só então se interiorizará que é pelo contínuo processo de formação/educação, atitude positiva e inovadora que o crescimento, pessoal e profissional, se concretiza, e com ele a sociedade se desenvolve.
Mas isto sou eu, "assim de repente e com os nervos”!
quarta-feira, janeiro 17, 2007
Honra lhes seja feita
"Garrett, que redigiu «com verdadeiro amor», conforme dizia o Decreto de 1837, concedendo ao Porto o título de Invicta e o colar da Torre e Espada para seu brasão de armas. Símbolos da cidade que incluiam o «dragão negro com tenção em letras de oiro sobre fita azul-invicta».
Mas o Estado Novo (1940) substituiu aquelas memoráveis, e muito belas, armas da cidade pelas actuais. Delas desapareceram, entre outros, o dragão e a tenção «Invicta». No entanto, duas instituições fiéis ao espírito da cidade conservaram nos seus emblemas o brasão do liberalismo: o Futebol Clube do Porto e a Associação Comercial do Porto."
Livro “Porto: O sentimento da História”, de Hélder Pacheco
domingo, janeiro 14, 2007
sábado, janeiro 13, 2007
vale a pena ler
para mim o Blasfémias é o melhor blog, não porque partilhe sempre das opiniões expressas (o que seria impossível, dada a heterogeneidade das mesmas), nem porque me identifique com os intervenientes, que na sua maioria não conheço e os que conheço, conheço mal, mas porque os seus posts são (muitas vezes) excelentes pontos de partida para reflexão sobre determinado tema, como é o caso, entre tantos outros, deste post, e deste, e deste, e deste, e deste, e ...
Pela parte que me toca, obrigado!
Não entendo (3)
"Instituto Superior de Agonomia gasta milheres em água mas não paga furo feito há seis anos", no Público
"...a obra em causa um furo com um caudal suficiente para abastecer todo o instituto. O ISA paga , há seis anos, entre 10 mil euros (Inverno) e 30 mil euros (Verão) mensais à EPAL...num total anual de 140 mil euros", cerca de 10 mil euros a mais, por ano, que o custo do furo, que foi feito mas ainda não pago...i.é., o fornecedor não recebe o trabalho realizado faz 6 anos (6, sim 6!) e o ISA estoura com um montante que dava para fazer um furo novo por ano!!!
Pergunta: quem é que devia ir preso?, quem era?
sexta-feira, janeiro 12, 2007
O Porto, a falar de si para os seus
Mais ainda, “Cidade burguesa, liberal, firme e solidária nas suas convicções, o Porto é um território de fixações e sentimentos. Mas é, também, um território de inovação. Burgo de mercadores e comerciantes, berço de ideais e utopias. Cidade eterna, cidade-rio. Cidade-monumento, Cidade-património de torres e muralhas, de gentes e costumes, de vozes e silêncios, de cheiros e sabores, de encantos escondidos e jardins coloridos de camélias. E Cidade-sedução. Cidade de paixões e rejeições, amável e contraditória, distante e, só depois, calorosa. Cidade ao meu gosto, ou ao gosto da vida que mais me apetece”.
Livro “Porto: O sentimento da História”, de Hélder Pacheco
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Não entendo (2)
"Metro de Lisboa, Editorial do Publico de 10Jan: Protestam porque querem manter...um regime de férias que chega aos 36, 5 dias úteis por ano (repito, 36, 5 dias úteis por ano, sim, 36,5 dias úteis por ano)...e ´prémios de produtividade automáticos (isto é, desligados da produtividade...)...e pago mesmo em relação ao 13º e 14º meses; e ..."
Pergunta: quem é que devia ir preso?, quem era?
quarta-feira, janeiro 10, 2007
Não entendo
###“Ex-administrador sai da CP, depois de passar seis anos sem fazer "rigorosamente nada" (retirava as aspas, mas é assim que está na notícia, no Público), a ganhar 3.500 euros líquidos por mês…enquanto director de topo, representava para a CP um encargo salarial de cerca de 100 mil euros por ano, mais telemóvel e automóvel, tendo também direito a secretária mesmo sem ter funções atribuídas.”
Este senhor está 6 anos (6, sim 6!) sem qualquer função, e nesses 6 anos (6, sim 6!), por três vezes (3, sim 3!) teve encontros “Em audiência (em audiência, notar bem!) com os três presidentes (3, sim 3!), no início dos seus mandatos”. Mas não vale entusiasmar, pois foi uma, não três, com cada um deles, não se corresse o risco de se cansarem, o senhor e os três presidentes (3, sim 3!).
Este senhor tem um blog, e este senhor já foi administrador da CP entre 1985 e 1990, e este senhor também já foi presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário (Adfer), e este senhor escreve no seu blogue que "Desde miúdo que possuo condições naturais de liderança" e este senhor referiu ao Público que "Foi da minha cabeça, com a colaboração de vários técnicos [que saíram as principais ideias que revolucionaram o caminho-de-ferro em Portugal]." Ou seja, este senhor é um génio e, como se pode verificar, não tem um pingo de vergonha na cara, pois este senhor não se importou de ser bem pago, com o dinheiro dos contribuintes, durante 6 anos. Facilmente, dada a sua genialidade, este senhor encontrava uma entidade patronal que o valorizasse, mas não deve ter tido vagar para a procurar.
Os senhores presidentes da CP, os três (3, sim 3!). que ao longo dos 6 anos tiveram este senhor “emprateleirado”, provavelmente junto com muitos outros senhores igualmente valiosos “for Make Benefit Glorious Nation of Portugal” deveriam (minha modesta opinião) estar presos e obrigados a pagar aos contribuintes portugueses todos os euros e cêntimos que os ditos cujos (os “emprateleirados”) nos custaram ao longo dos anos, mais o que eles próprios, os senhores presidentes da CP, os três (3, sim 3!), nos custaram.
“Confrontada a CP, a empresa não fez qualquer comentário”, o que só lhes fica bem, pois ele há coisas que só mesmo “sem comentários”.
domingo, janeiro 07, 2007
vale a pena ler, sobre a Índia
"as coisas são obviamente mais complicadas. São complicadas porque, simplesmente, não são diferentes. A Índia é, algumas particularidades óbvias à parte, um país como qualquer outro, com os problemas do costume que acompanham tanto o Zé no sofá como a sua mulher e também o Bill Gates. São problemas humanos, portanto universais.
A ideia até é gira: implica que nós no Ocidente vivemos um mundo cinzento, monótono, homogéneo e repetitivo. Implica que na Índia tudo é incerto, inseguro, diferente, colorido, espontâneo e circunstancial. Ora, para quem quer ter pão para comer e telhado para se abrigar das intempéries, que eu saiba, a primeira opção é sempre a mais desejável. Acham que a mulher que carrega tijolos nos ombros tem tempo para reparar no seu colorido sari que contrasta com o escuro betão da casa que a sua família constrói, a cinco Euros por dia, ...
Não interessa. Os contrastes. Esses sim, celebrados, embora eles nos ceguem. Mas não interessa. Ver em profundidade custa. Tempo, paciência, abertura, complexidades, profundidade. Tudo coisas a que poucos jornalistas portugueses se dedicam, especialmente quando integrados em comitivas presidenciais e quando empaturrados de caviar."
agradecido!
às vezes não parece, mas é!
sábado, janeiro 06, 2007
Trabalho!
Trabalhar, palavra tantas vezes utilizada, deve significar e dignificar a forma de ser e de estar, reflectir a vontade de fazer mais e melhor pelos destinatários do produto da nossa dedicação. Só assim se interioriza em cada um de nós o respeito pelos outros e por si próprio, na contínua e inacabada procura do conhecimento como forma de evolução.
Muitas vezes tal não acontece, mesmo entre aqueles cuja profissão deve reflectir nobre vocação, sejam eles professores, médicos, políticos ou outros, pelo impacto que podem ter na vida das pessoas e das sociedades onde se inserem. Sob a capa da vocação muitos, que dela desistiram, agarram-se a todas as formas de protecção do seu pequeno “cantinho de poder”, quase sempre contra aqueles pelos quais dizem viver.
Quando entre professores milhares não se preocupam se têm ou vão continuar a ter horário (leia-se alunos), quando outros, tendo-o, se revoltam sempre que se, querendo introduzir algo a favor dos alunos, lhes toca nos seus direitos “inalienáveis”. Quando médicos se “atiram ao ar” porque podem perder alguns dos benefícios obtidos. Quando entre políticos dificilmente se encontra alguém digno e merecedor do poder que lhe é delegado. Quando…
Mas apesar de tudo, e felizmente, são ainda muitos os “fazedores de sonhos”, os que têm orgulho pela forma como vivem a vida, pela forma como ganham dinheiro, porque este é fruto do seu justo trabalho.
terça-feira, janeiro 02, 2007
normalmente não digo isto, mas
"Trabalho só o suficiente para não ser despedido (que é onde escrevo os posts). Alimento-me enquanto estou na net. Apesar de me ter embebedado muitas vezes, practicamente não saí à noite, tendo só muito esporadicamente chegado a casa depois da meia-noite (linda frase). Para terminar, raramente fui ao cinema, muito embora tenha uma vaga recoleção de me ter divertido muito (Scorcese, Woody Allen), em geral não gostei ou não percebi o pouco do que vi. O melhor filme deste ano continua a ser um do ano passado, o Sarabanda. Depois deste post espero que nunca mais digam que eu não sou uma pessoa extremamente culta..."
plenamente de acordo
"... por razões quase genéticas, o Porto tem de me preocupar mais do que qualquer outra cidade ou sítio de Portugal. Se, como dizia Agostinho da Silva, o nosso domínio é, primeiro, o nosso território, a nossa casa, o nosso alpendre e o que dele a nossa vista pode alcançar, é natural que, como liberal, me preocupe mais com a cidade onde nasci..."
“...quem quer fazer política ou negócios vai, ou tem que ir, para Lisboa, na medida em que é lá que eles estão: é lá que está a Chefia do Estado, o Governo, o Parlamento, a maior parte das chefias da administração pública, das empresas do Estado ou controladas por ela. É lá, sobretudo, que está o poder de decisão. O efeito centrífugo disto é evidente, e aliado a essa nova e perigosíssima ideia de que com a moderna tecnologia se pode governar o mundo a partir de um só ponto, gera um caldo de cultura do qual dificilmente se pode sair. O que é facto, é que no Porto, e leia-se aqui «o Porto» em sentido latíssimo, como sinónimo de todos os centros urbanos de média e grande dimensão que (ainda) existem em Portugal, têm vindo a perder gente qualificada para Lisboa e, mais do que isso, não têm permitido que muitas pessoas se revelem, se afirmem localmente, pela elementar evidência de não existirem meios para isso.”
“...não apenas o Porto mas quase todo o país, ganharia com uma reforma estrutural do Estado português que o transformasse de unitário em regional ou mesmo (utopia inatingível) em federal. Quando se pensa neste assunto, não se pretende dividir o país em duas grandes regiões em torno de Lisboa e do Porto, mas em tantas quantas aquelas que o país (ainda) pode justificar. Os poderes e as competências a distribuir entre o Estado central e as regiões não discriminariam positiva ou negativamente nenhuma destas últimas, ficando todas em pé de igualdade, como é próprio de um Estado de direito.”
“De todo em todo, há um paradoxo que me aflige em tudo isto, sobretudo para os adversários da regionalização, e peço desculpa se generalizo para além do devido: todos concordam que o Estado central funciona mal; todos acham que o país está desequilibrado; todos se queixam da desertificação do interior. Mas todos pensam que o único resultado de retirar poder ao centro para redistribuir pelo todo redundaria numa tragédia nacional de ainda maiores proporções que a actual. É muito pessimismo junto!”
segunda-feira, janeiro 01, 2007
em 2007, tal como em 2006
"Por outro lado, os pescadores ficam obrigados a guardar entre elesuma distância mínima de dez metros..."
também em 2007
Michelangelo