sábado, novembro 18, 2006

Contra o “Lucro”: intervir, intervir! (II) - como prometido

Hoje na Universidade de Aveiro, no IV Encontro Nacional de Estudantes de Gestão Industrial, o Eng. Manuel Ferreira de Oliveira, Administrador da Galp Energia (e futuro Presidente!) deu uma excelente “aula” sobre a Responsabilidade Social das Empresas, que vou resumir:

Primeiro, e mais nobre, acto de Responsabilidade Social das Empresas é ganhar dinheiro = LUCRO.

E deu um elucidativo exemplo:

Numa empresa, o EBITDA = 100 unidades (lucros antes de juros, impostos, provisões e amortizações, também chamado de “os lucros antes de descontadas as más noticias). Para simplificar:

Resultados Operacionais” = 100
100
- 10 para pagar juros às instituições financeiras
= 90
- 27 (30%) para pagar ao “maior accionista” da empresa, o Estado, via impostos
= 63
- 27 distribuídos aos seus diversos accionistas (nota 1)
= 36, que ficam na empresa para serem reinvestidos, e gerarem novos ciclos de crescimento futuro

nota 1: empresa pode distribuir 95% dos resultados (5% são por lei para reservas) mas só uma empresa irracional é que o faz, pois comprometia o seu futuro.

nota 2 : empresa que dá prejuízo destrói valor, parasita nos seus fornecedores, colaboradores ou instituições de crédito (dependendo de quem a está a financiar) ou do estado (dos contribuintes) se receber subsídios; logo é uma empresa Irresponsável Socialmente.

Segundo, e último, acto de Responsabilidade Social das Empresas é criar Emprego.

Mas, só cria emprego empresa que cresce, e só cresce empresa com lucros; por vezes para ter lucros é necessário destruir emprego, para poder crescer e criar mais e melhor (mais qualificado/melhor pago) emprego no futuro; trabalhador que custe à empresa mais do que produz, está a retirar valor à empresa e a tirar possibilidades de trabalho a quem o merece.

Se a empresa, sem que tal seja sua responsabilidade, decide fazer outros actos – mecenato ou outra qualquer actividade de apoio financeiro ou em serviços a indivíduos, instituições, à comunidade, etc- é porque decide pagar um “imposto incremental voluntário”; nota: se o fizer, aconselha que o faça de forma “concentrada” em actividades que gerem maior retorno “intangível” à empresa, à comunidade e à sociedade.

Relembrou também que de 100 que um trabalhador recebe, a empresa paga 123 (23% para Seg. Social) e o trabalhador vai ainda pagar S. Social, IRS pelo rendimento e uma panóplia de outros Impostos ao Estado, com o IVA à cabeça sempre que consome.

Concluindo, sem empresas com lucro, não há emprego, não há impostos, não há investidores, não há sociedade.

E digo eu, quem alegremente combate o lucro, combate a sociedade e combate a vida.


Nota Final: dois conselhos que deixou aos alunos, entre vários:

- quando saírem daqui, agradeçam a todas as pessoas simples que trabalham e pagam impostos, pois são também elas que estão a pagar os vossos estudos, e a única forma de o fazerem é estudando e contribuindo para a sociedade como futuros bons empresários e trabalhadores.

- ensinem sempre aos outros o que sabem e “façam-se” bons e dispensáveis, pois só assim serão promovidos, na vossa carreira nas empresas; quem é “indispensável” nunca pode ser promovido; quem preparou a sua saída (ensinando os outros) e é bom, é promovido. porque a empresa não o quer perder.

Que bom ter dito isto aos Estudantes, e a responsáveis da Universidade.
Que pena só o ter dito dentro da Universidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

olha tu a lamberes parasitas.. É pró tacho?

A PRIMEIRA RESPONSABILIDADE SOCIAL de uma empresa é ter um ptoduto que FUNCIONE!!!

A FDP dessa empresa é uma incompetente e uma parasita: cada vez que falta a luz em certas empresas (com transformador e linha directa) vão dez mil contos em peças e máquinas...

Para não falar da falsa história da «cegonha»... Aliás creio que o culpado era o sobrinho de um ministro que não fazia ideia de como funcionava um sistema SCADA...