quinta-feira, novembro 06, 2008

John McCain, Da democracia Na América

"Dou a minha bênção ao meu ex-adversário e meu futuro Presidente

Chegámos ao fim de uma longa viagem. O povo americano pronunciou-se e de forma bem clara. Tive a honra de telefonar ao senador Barack Obama para o felicitar por ter sido eleito o próximo Presidente do país que ambos amamos. O seu sucesso merece o meu respeito pela sua capacidade e perseverança. O facto de o ter conseguido, ressuscitando as esperanças de milhões de americanos, que um dia acreditaram - erradamente - que tinham pouco ou nada a arriscar e nenhuma influência na eleição de um Presidente americano, é algo que admiro profundamente.

Esta é uma eleição histórica e reconheço o especial significado que tem para os afro-americanos e o orgulho que devem sentir esta noite. Sempre acreditei que a América oferece oportunidades a todos aqueles que tenham a diligência e a vontade para as agarrar. O senador Obama também o crê. Apesar de termos feito um longo caminho desde as velhas injustiças, que um dia mancharam a reputação desta nação, essas memórias ainda são feridas poderosas. A América de hoje está a quilómetros de distância do fanatismo cruel e aterrador de outros tempos e não há melhor prova disso que a eleição de um afro-americano para a presidência dos EUA.

O senador Obama alcançou um feito incrível. Aplaudo-o por isso e transmito-lhe o meu sincero pesar pelo facto de a sua adorada avó não ter podido presenciar este dia. Tivemos as nossas diferenças, e ele venceu. Não há dúvidas de que muitas dessas diferenças persistem. Estes são tempos difíceis para o nosso país. E eu comprometo-me aqui a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para o ajudar a conduzir-nos através dos desafios que enfrentamos. Apelo a todos os que me apoiaram para que não só o felicitem, mas lhe transmitam também a nossa boa vontade e disposição para um esforço sincero para ultrapassar as diferenças e restabelecer a prosperidade, defender a nossa segurança num mundo perigoso e deixar às nossas crianças um país melhor do que aquele que herdámos. Apesar das diferenças, somos concidadãos. E acreditem que tal nunca significou tanto para mim como agora.É natural que hoje se sintam desapontados, mas amanhã teremos de ultrapassar isso e trabalhar juntos para pôr o nosso país a mexer outra vez. Nós lutámos o máximo que podíamos. E, apesar de termos ficado aquém, o fracasso é meu, não vosso. Foi um caminho difícil, mas o vosso apoio e amizade nunca vacilaram. Não tenho palavras para expressar o quanto estou em dívida para convosco. Estou especialmente agradecido à minha mulher e a toda a minha família. E aos muitos amigos que estiveram sempre do meu lado. Sempre fui um homem com sorte, e nunca tanto como agora, por todo o amor e encorajamento que me deram. Tudo o que posso oferecer em compensação é o meu amor e gratidão e a promessa de anos vindouros mais pacíficos.

Estou também - claro - muito agradecido à governadora Sarah Palin, uma das melhores militantes que alguma vez vi e uma nova voz impressionante no nosso partido. Podemos todos aguardar com grande interesse o seu futuro político. A todos os colegas de campanha e a cada um dos voluntários que tão firme e corajosamente lutaram, no que foi a campanha mais disputada dos tempos modernos, muito obrigado. Eu não sei o que mais poderíamos ter feito para ganhar esta eleição. Todos cometem erros, e tenho a certeza que também os cometi, mas não desperdiçarei um momento do futuro a lamentá-los.

Esta campanha foi e será uma grande honra na minha vida, e agradeço por me terem escutado, antes de decidir que o senador Obama e o meu velho amigo senador Joe Biden, devem ter a honra de nos liderar nos próximos quatro anos. Não seria um americano digno desse nome se lamentasse o extraordinário privilégio de servir este país durante meio século. Hoje, fui candidato ao seu mais alto cargo e esta noite continuo a ser seu servo. Agradeço ao povo do Arizona por isso. Guardo no coração o amor por todos os cidadãos deste país, independentemente de quem apoiaram. Dou a minha bênção ao meu ex-adversário e meu futuro Presidente. E apelo a todos os americanos para não desesperarem ante as dificuldades, para acreditarem, sempre, na promessa e grandeza da América, porque aqui nada é inevitável. Os americanos nunca desistem. Os americanos nunca se rendem. Nós nunca nos escondemos da história. Nós fazemos história. Deus vos abençoe. Deus abençoe a América. Obrigada a todos."

Barack Obama, Da Democracia na América

“Se alguém ainda duvida que a América é o lugar onde todos os sonhos são possíveis, se ainda questiona se os sonhos dos nossos fundadores ainda estão vivos, se ainda questiona o poder da nossa democracia, teve esta noite a resposta.

Foi a resposta dada pelas filas que se estendiam à volta das escolas, das igrejas em números que a nossa nação nunca viu antes, feitas de pessoas que esperaram três a quatro horas, muitas pela primeira vez nas suas vidas, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes podiam fazer a diferença.

Foi a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, Democratas e Republicanos, negros, brancos, latinos, asiáticos, homossexuais, heterossexuais, deficientes, americanos que enviaram a mensagem ao mundo de que não somos somente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos ou azuis.

Nós somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

Foi a resposta que levou aqueles a quem foi dito durante tanto tempo para serem cínicos e receosos e duvidarem do que somos capazes de fazer e para colocar as mãos na arca da história e vergá-la mais uma vez em direcção à esperança num dia melhor.

Levou muto tempo, mas esta noite, por causa do que fizemos hoje nesta eleição e neste momento decisivo, a mudança chegou à América.

Há pouco tempo antes, no início da noite, recebi uma simpática chamada do senador McCain.
O senador McCain lutou muito durante esta campanha. E lutou ainda mais e durante mais tempo pelo país que ama. Ele fez sacrifícios pela América que a maior parte de nós não consegue sequer imaginar. Estamos bem pelo serviço que ele prestou, pela sua bravura e abnegação.

Dou-lhe os parabéns. Também dou os parabéns à Governadora Palin por tudo o que conquistou. E fico na expectativa de trabalhar com eles para renovar as promessas feitas a esta nação nos meses que se aproximam.

Quero agradecer ao meu companheiro nesta jornada, um homem que fez a campanha com todo o seu coração, e falou por homens e mulheres com quem cresceu nas ruas de Scranton e com quem partilhou o comboio de volta a casa no Delaware, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incondicional da minha melhor amiga nos últimos 16 anos, o pilar da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama.

Sasha e Malia amo-vos mais do que podem imaginar. E conquistaram o cãozinho que vem connosco para a nova Casa Branca.

E, apesar de já não estar entre nós, sei que a minha avó nos está a ver, com o resto da família que fez de mim quem sou. Sinto a vossa falta. Sei que a minha dívida para com eles não é mensurável.
À minha irmã, Maya, à minha irmã Alma, a todos os meus irmãos e irmãs, obrigado por todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.

E ao director da minha campanha, David Plouffe, o herói não celebrado desta campanha, que construiu, acho eu, a melhor campanha política na história dos Estados Unidos da América.

Ao meu responsável pela estratégia, David Axelrod, que tem sido meu companheiro ao longo de todo o caminho.

À melhor equipa de campanha alguma vez reunida na história política e que tornou tudo isto possível, estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir tudo isto.

Mas, acima de tudo, nunca esquecerei que esta vitória vos pertence, na verdade, a todos vós. É vossa.
Não era o candidato mais provável para este cargo. Não começamos com muito dinheiro ou patrocínios. A nossa campanha não foi planeada nos corredores de Washington. Começou em Des Moines, nas salas de Concord, nas varandas de Charleston. Foi crescendo com o trabalho de homens e mulheres que contribuíram com o que tinham e que recorreram ás suas poupanças para dar 5, 10 ou 20 dólares.
Ganhou força com os mais novos que rejeitaram o mito de geração apática, que deixaram as suas casa, famílias por empregos mal pagos e noites mal dormidas.

Ganhou força com a geração já não tão jovem que se aventurou no frio e no calor para bater a portas de estranhos e dos milhões de americanos que se voluntariaram e organizaram e provaram que passados mais de dois séculos um governo de pessoas, pelas pessoas e para as pessoas continua a existir na Terra.

Isto é vitória.

E sei que não fizeram isto somente para ganhar a eleição. E sei que não o fizeram por mim.

Fizeram-nos porque perceberam a enorme tarefa que nos espera. Porque apesar de celebrarmos esta noite, sabemos que os desafios que o dia de amanhã nos trás são os maiores da nossa vida – duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira num século.
Apesar de estarmos aqui esta noite, sabemos que existem americanos no deserto do Iraque, nas montanhas do Afeganistão que arriscam as suas vidas por nós.

Há mães e pais que não conseguem adormecer e que ficam a pensar como pagar as hipotecas ou as contas do médico ou se conseguem poupar o suficiente para a educação dos filhos.

Temos de rentabilizar a nossa energia, criar novos postos de trabalho, construir novas escolas e lidar com ameaças e reparar alianças.

O caminho que nos espera é longo. A nossa subida difícil. Podemos não chegar lá num ano, ou mesmo num mandato. Mas, América, nunca tive tanta esperança como a que tenho hoje de que chegaremos lá.
Prometo-vos, que como pessoas chegaremos lá.

Teremos contrariedades e falsas partidas. Haverá muitos que não irão concordar com cada decisão que tome como presidente. E sabemos que o governo não é capaz de resolver todos os problemas.

Mas serei sempre honesto convosco em relação aos desafios que enfrentamos. Vou ouvir-vos, em especial quando discordarmos. E, acima de tudo, vou pedir-vos para que se juntem a mim no trabalho de reconstrução desta nação, da única forma que sempre foi feito na América nos últimos 221 anos – bloco a bloco, mão calosa em mão calosa.

O que começou há 21 meses no Inverno não pode terminar nesta noite de Outono.

Não é esta vitória a mudança que pretendemos. É a única forma de começarmos a mudança. E isso não pode acontecer se voltarmos a ser como éramos.

Não acontece sem vós, sem o novo espírito de serviço, o novo espírito de sacrifício.

Vamos unir-nos num novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve participar e trabalhar mas e olhar não só por nós mesmo mas também pelos outros.

Não nos esqueçamos que se a crise financeira nos ensinou alguma coisa foi de que não podemos ter uma Wall Street florescente enquanto que os outros sofrem.

Neste país, levantamo-nos e caímos como uma nação só, como um povo. Resistamos á tentação de voltar a cair no mesmo sectarismo, mesquinhez e imaturidade que envenenou a nossa política durante tanto tempo.

Relembremos que foi um homem deste Estado que pela primeira vez carregou a bandeira do Partido Republicanos até à Casa Branca, um partido que teve por base a autoconfiança, a liberdade individual e a unidade nacional.

Esses são os valores que todos partilhamos. E apesar do Partido Democrata ter conquistado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com a humildade e a determinação de sarar o que nos divide e que impediu o nosso progresso.

Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, não somos inimigos, mas sim amigos. Apesar da paixão nos levar a exageros, não deve quebrar os nossos laços afectuosos.

E aqueles americanos cujo apoio ainda tenho de conquistar, posso não ter ganho o vosso voto esta noite, mas ouço a vossa voz. Preciso da vossa ajuda. E serei, também, o vosso presidente.

E para todos os que têm os olhos postos em nós esta noite, para além das nossas costas, dos parlamentos aos palácios, para aqueles que se juntaram à volta de rádios nos cantos mais esquecidos do mundo, as nossas histórias são diferentes mas o nosso destino é partilhado, e uma nova aurora se levanta na liderança americana.

Para aqueles que querem destruir o mundo: nós vamos destruir-vos. Para os que querem paz e segurança: nós apoiamos-vos. E para aqueles que se interrogam sobre se a luz de liderança da América continua viva: esta noite provamos, mais uma vez, que a força da nossa nação não vem do nosso poder militar ou da escala da nossa riqueza, mas do enorme poder dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e esperança.

Essa é a verdadeira genialidade da América: a sua capacidade de mudança. A nossa união pode ser perfeita. O que conseguimos dá-nos ainda mais esperança em relação ao que podemos conseguir amanhã.

Esta eleição tinha muitas estreias e muitas histórias que serão contadas ao longo de gerações. Mas uma que está na nossa mente hoje é sobre uma mulher que votou em Atlanta. Ele assemelha-se a muitos milhões que estiveram na fila para fazer ouvir a sua voz nesta eleição por uma razão: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Ela nasceu na geração da escravatura; num tempo em que não havia carros na estrada, aviões no céu; quando alguém como ela não podia votar por duas razões: porque era mulher e por causa da cor da sua ele.

E, esta noite, penso em tudo o que viu no centenário de vida na América – o desespero e a esperança; a luta e progresso; as vezes que nos disseram que não eram capazes e aqueles que mantiveram a sua capacidade de dizer: Sim, somos capazes.

E este ano, nesta eleição, ele tocou com o dedo no ecrã e fez o seu voto, porque depois de 106 anos na América, depois dos melhores tempos e dos mais obscuros, ela sabe que a América pode mudar.
Sim, somos capazes.

América, chegamos até aqui. Já vimos muito. Mas ainda há muito para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós mesmos: se as nossas crianças viverem para chegar ao próximo século; se as nossas filhas tiverem a sorte de viver tanto como Ann Nixon Cooper, que mudanças vão poder ver? Quer progressos teremos feito?

Esta é a nossa oportunidade de responder a essa questão. Este é o nosso momento.

Este é o nosso tempo, de voltar a dar trabalho à nossa gente, de abrir as portas da oportunidade aos nossos filhos; de restaurar a prosperidade e promover a paz; de reclamar o sonho americano e de reafirmas a verdade fundamental de que, no meio de muitos, somos um; que enquanto respiramos, mantemos a esperança. E aqui estamos nós, frente a frente com o cinismo e as dúvidas daqueles que nos dizem que não somos capazes, e a quem respondemos com o credo intemporal que representa o espírito de um povo: Sim, somos capazes.

Obrigado. Deus vos abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América.”

quinta-feira, agosto 07, 2008

"O Povo e as Elites"

Muito bom, de António Alves em "a Baixa do PORTO":

"Os concelhos, mesmo reunidos, não têm autonomia política para decidir como distribuir o investimento estatal ou decidir sobre políticas macroeconómicas. Não têm e nunca terão. Esse nível de decisão está reservado ao estado central, aos governos autónomos ou de estado federado.

...por exemplo, um saldo de 100 euros por cada cidadão desta região a favor do estado central é o mesmo que dizer 370 milhões de euros num só ano. Isto é, nós pagaremos praticamente num só ano a renovação da marginal ribeirinha lisboeta (400 M €); ou então que pagaremos em apenas dois anos e pouco a primeira fase do ‘TGV’ Porto-Vigo (845 M €); ou, ainda, que já pagámos, em apenas pouco mais de um ano, a renovação do Aeroporto Sá Carneiro (500 M €).

O povo? O que é isso do povo? O povo não é uma entidade homogénea e politicamente determinada. Não é sequer determinante. Determinantes são as elites. Sempre foi assim e assim continuará a ser por muito que isso custe aos românticos que vêem o povo como uma entidade mítica carregada de bondade. O mito do povo vem na sequência da invenção do conceito de estado-nação, que o insuspeito Adriano Moreira considera que não existe, porque na realidade poucos coincidem com verdadeiras nações. O que existe é o estado soberano, cuja génese está na renascença e no iluminismo, consolidou-se no séc. XIX e foi levado ao extremo pelos fascismos e comunismos da primeira metade do séc. XX.

A entidade homogénea e soberana ‘povo’ não existe. O que existem são indivíduos e grupos sociais com os mais variados interesses e objectivos, a mais das vezes contraditórios e incompatíveis entre si. A definição sociológica, na minha opinião, mais correcta do que normalmente se chama ‘povo’ é o conjunto dos grupos sociais economicamente mais débeis e sem real poder político. Entenda-se poder político como capacidade de controlo e repartição dos recursos, principalmente os económicos. E quem controla esses recursos são as elites.

As elites são na verdade o motor de qualquer mudança e revolução. E essas, as revoluções, acontecem quando uma nova elite ambiciosa derruba uma outra já cristalizada.

...

Nos últimos dias, a propósito do aeroporto, têm havido boas indicações acerca da vontade das elites. Vamos ver até onde elas são capazes de ir.

...

O princípio da subsidiariedade. Que as elites locais governem localmente, com autonomia, os recursos locais em favor das pessoas da sua região. Para isso é necessário um nível de governo local com poderes suficientes tanto a nível político como orçamental e fiscal. Um governo que possa, por exemplo, decidir como deve ser gerida uma infra-estrutura importantíssima para a internacionalização da nossa economia como é o Aeroporto Sá Carneiro e que tenha poder para evitar que tanto esta, como qualquer outra, infra-estrutura local seja subalternizada e posta ao serviço de interesses alheios ao desta região. Ou então decidir quais são as infra-estruturas prioritárias em que deve ser aplicado o produto dos nossos impostos. Coisas que, está mais que provado, o actual estado central não sabe ou não quer fazer. A mudança de paradigma é o governo autónomo, fim do estado centralizado, implementação, por exemplo, dum sistema do género federal.

(ler texto completo em "a Baixa do PORTO")

domingo, junho 29, 2008

La Furia Roja

Se dúvidas houvessem, ver Espanha jogar confirmou quão longe estava Portugal de ser uma grande selecção.

Parabéns Espanha!

domingo, maio 11, 2008

Futebol á parte…


António Barreto escreve, hoje, no Público, um texto incontornável.

Tri-Campeão e companhia







Foi quase quase perfeito...o Campeão (Tri-Campeão!) terá companhia do Vitória de Guimarães na "Champions" e do Leixões na próxima Liga Bwin.

Até a festa dos lampiões foi bonita, com o adeus ao Rui Costa e a comemoração da ida à Uefa. O que vale é que para o ano é que vai ser, sem o Rui é certo mas com o Eriksson, que já se começou hoje a ambientar à nova casa.

segunda-feira, maio 05, 2008

Vale a pena copiar palavra por palavra

Medidas simples contra a crise alimentar, Publicado por LR em 5 Maio, 2008

"Não é preciso complicar muito nem criar task forces que se eternizariam à custa de todos. Bastaria:

-Extinguir a PAC e os subsídios à agricultura americana;
-Extinguir os subsídios públicos aos biocombustíveis;
-Acabar com as restrições aos organismos geneticamente modificados;
-Abrir por completo os mercados do ocidente aos produtos agrícolas do 3º Mundo;
-Abertura completa dos países do 3º Mundo ao investimento estrangeiro, permitindo deslocalizar para eles os agricultores europeus e americanos e todo o respectivo know-how.
-Em pouco tempo, a oferta de produtos agrícolas multiplicar-se-ia, os preços baixariam e milhões de pessoas deixariam de morrer à fome."

Mas num mundo onde as "task forces" são a "solução"...

Liberal...ou não!!!

Vale a pena dar uma oportunidade, e esperar que o CAA, o Maradona e o Tonibler estejam enganados…

Mas que não gostei nada da resposta
«confessou que já foi “um grande adepto” das regiões administrativas, mas acrescentou que entretanto alterou essa posição, assumindo-se agora como um “defensor da descentralização política», lá isso não gostei.
Isto ou se é a favor da Regionalização, “pacote completo”, ou é mais do mesmo. Já nos chega dos que usam este discurso para centralizar ainda mais, e não há paciência para mais ingénuos, dos que acreditam que se vai lá com descentralizações.

Bem sei que temos que descontar uma certa "pinta" ao Maradona, mas que não é lá muito animadora a ideia de mais uma "incontável quantidade de betos exactamente iguais uns aos outros: pessoas com aqueles trinta anos, com aqueles casaquinhos, com aqueles cabelos, com aquele estilo, com aquela conversa...", lá isso não é.

Temos que ser optimistas e acreditar que é o mais perto do "liberal" que se consegue, que "estatistas" já temos que chegue.

quarta-feira, abril 30, 2008

Liberal?

Carta de valores apresentada por Pedro Passos Coelho:

Os essenciais:

1. Pessoa – Defendo o indivíduo na plena posse dos seus direitos e deveres, marca essencial da matriz social democrata. Rejeito os “ismos” que, em nome de ideologias, sacrificam as pessoas e promovem a existência de uma burocracia sem rosto. Esta candidatura tem por referência a pessoa com as suas capacidades e anseios, mas também com as suas limitações e com as suas necessidades.

2. Liberdade – A liberdade é o valor que nos une e de que não abdicamos em nome de qualquer interesse de ocasião. Quero uma liberdade responsável, onde cada um possa viver com a consequência das suas decisões. Esta candidatura vai falar de liberdade, com liberdade. Quero mais liberdade no espaço público, mais liberdade na actividade económica, mais liberdade na vida privada, mais liberdade no exercício pleno da cidadania. A liberdade não se garante pela mera proclamação. A liberdade constrói-se, dia a dia, num processo de conquista permanente em que o PSD deverá empenhar-se cada vez mais.

8. Mérito – Esta candidatura acredita no mérito, como afirmação autónoma de qualidade. Desejo um PSD que promova a excelência dentro de si próprio, pautando-se por princípios de abertura e de sintonia com a sociedade civil. Valorizo a iniciativa individual, a iniciativa dos agentes económicos e das organizações sociais, que na diversidade da sua riqueza estruturam e consolidam a sociedade portuguesa. Esta candidatura é a expressão de uma iniciativa individual, sem temer dificuldades e sem quaisquer garantias prévias de adesão. Por isso dou valor ao empreendedorismo e à capacidade de iniciativa dos portugueses. Acredito que a criatividade individual é o mais potente motor do progresso comum. Será minha prioridade criar condições que potenciem a energia criativa de todos e cada um de nós.

9. Autoridade - Defendo que o exercício do poder democrático deve ser claro e determinado na defesa do bem comum. Rejeito, sem hesitar, todo e qualquer autoritarismo, mas considero que a democracia e a liberdade não podem sobreviver sem uma justiça que o seja de pleno e sem o respaldo de uma autoridade legítima e respeitada. É meu propósito reconstruir essa autoridade legítima e respeitada do Estado, sem tibiezas nem complexos.

10. Oportunidade – Ambiciono que Portugal seja uma terra de justas oportunidades para todos. O PSD vai criar condições para que a diversidade e a igualdade de oportunidades sejam uma realidade e não meras declarações de intenções. A diversidade de oportunidades é essencial para a realização das aspirações de cada um. É o ponto de partida para o aproveitamento colectivo dos benefícios da iniciativa individual. Uma oportunidade disponível é um passo para uma realização pessoal e ninguém pode ser impedido de a concretizar. Entendo que na diversidade de escolhas se constrói uma sociedade mais coesa, mais tolerante, mais livre, mais plural, mais responsável.

Os óbvios, tão óbvios que nem deveriam ser proclamados:

3. Verdade – Falaremos verdade, pois só assim é possível acreditar que, todos juntos, podemos resolver os graves problemas do País. Recuso a política das meias palavras determinadas pela mera vontade de somar votos ou pelas conveniências da conjuntura. A verdade é para mim um imperativo ético e um compromisso de honra. Esta é uma candidatura de verdade. Não desisto dos objectivos, não vacilo na determinação e não escamoteio as dificuldades. Só um compromisso com a verdade legítima a acção política. Em democracia, uma escolha falseada é uma escolha ferida de morte.

4. Confiança – Assumo a determinação de restituir a confiança aos portugueses. A confiança no PSD e a confiança no exercício da política colocada ao serviço do cidadão e da cidadania. Quero um PSD credível para voltar a merecer a confiança dos portugueses. Para isso assumo a exigência de reconstruir a base programática da social democracia, de restituir ao PSD um rumo claro e ajustado à sociedade dos nossos dias, reflectindo os anseios e as ambições das novas gerações.

5. Esperança – Esta é uma candidatura de esperança. Quero um Portugal renovado; recuso um Portugal adiado e entregue à desilusão. A esperança é o pilar da minha determinação. Não me conformo com fatalismos, nem aceito o comodismo da mediocridade. Acredito nos portugueses, na sua criatividade, na sua capacidade de criar riqueza, no seu imenso potencial de construir uma sociedade mais justa e mais solidária. A esperança é possível. Os portugueses precisam que lha devolvamos.

6. Mudança – Há momentos em que é preciso assumir a coragem de mudar. Acredito convictamente numa mudança que tenha a marca da evolução. Proponho desde logo uma mudança profunda no PSD. E ambiciono uma nova evolução para Portugal, restituindo a esperança aos portugueses. Sei o que representa mudar. Quero que o PSD se reencontre com o melhor de si próprio, com a sua história e com o seu enorme potencial futuro. Só então o PSD poderá ser capaz de construir e de apresentar um projecto estratégico para Portugal. O PSD conduziu as principais transformações que possibilitaram a consolidação do Portugal democrático. É hora de o PSD construir uma nova ambição para Portugal, uma ambição em que os portugueses se possam rever e acreditar.

7. União – Esta candidatura acredita na união de propósitos, não acredita no unanimismo de conveniências. A melhor união é a que se faz na diversidade. Por isso não quero a união pela união, nem a aceito como um fim em si mesmo. A união deve ser conjugada com o princípio da responsabilidade institucional, não deve ser um factor limitativo do pluralismo. A promoção do debate de ideias e do confronto de pontos de vista é o mais seguro caminho para consolidar opções. Defendo a necessidade de união dos militantes do PSD no propósito de construir um projecto transformador para Portugal.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

O Dever da Verdade

Este fim-de-semana li "O Dever da Verdade" de Medina Carreira, um livro pequeno em páginas mas importante em conteúdo.

Medina Carreira trata neste livro -publicado em Setembro de 2007, sob a forma de uma extensa entrevista- de factos, e de uma forma simples e directa demonstra como é que o país caminha para a exaustão, com uma “população «asilada» no Estado e que vive à custa dos impostos que ultrapassa já os 5 milhões (…) que correspondem a mais de 50% dos residentes e a 60% do eleitorado”, e os seus cidadãos para a escravidão.

Sempre que falarmos de Portugal e da relação do Estado com (contra!) os cidadãos (e à custa dos contribuintes!), valia a pena reler este livro, porque apesar de reflectir o que Medina Carreira pensa e afirma, é de factos que trata. E factos são factos, mesmo quando a maioria não os quer ver.

p.s.1 - Vale a pena ler o que
aqui é dito sobre este livro;

p.s.2 - Ricardo Costa é (!) co-autor do livro, para o qual contribui com perguntas, a maioria das quais já foram ou seriam feitas por qualquer jornalista, a Medina Carreira. Ele é foto na capa, é resumo do CV, foto e texto na contracapa...e falta de vergonha na forma como se “apropria” do saber de Medina Carreira, única razão pela qual as pessoas compram o livro.