com a devida vénia, faço minhas as palavras do CAA, sejam pelo fad0, que sempre me irritou na sua versão "alma nacional", sejam as relativas ao "nosso" Porto, de que sempre gostei, gosto e gostarei. "Não gosto de fado. Sobretudo do ‘choradinho’. Recuso os queixumes funcionais das carpideiras. Não gosto de lamentos inconsequentes. Rejeito a masturbação da dor tornada compulsividade obsessiva. No fado, o gemido mais ou menos melódico deixa de ser um meio para constituir o único fim. O fado é a apologia da desventura, é o elogio babado do infortúnio. Mas o pior do fado é a crença irracional num destino sempre magoado e arrependido. O fado aniquila o alento e o rasgo essenciais para se sair da aflição – o fado exalta e eterniza a desgraça.No último ‘Prós e Contras’, o Porto cantou um triste fado abdicando de toda a sua diferença. O diagnóstico dos males está feito há muito – calemos o fado! Agora, o que importa é o Porto voltar a ser aquilo que sempre foi a sua marca: depender apenas de si, ser senhor do seu próprio destino.
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